5 passos a seguir para preparar a sua reforma

9 de Abril, 2020, publicado em "poupanca"

Reforma PPR Certezza

Já aqui falamos sobre a importância de começar a poupar este ano, mas hoje em dia é ainda mais importante que comece a planear o seu futuro, numa altura em que se podem avizinhar tempos mais difíceis a nível económico.

Na última década, a esperança média de vida em Portugal aumentou um ano e meio e está agora nos 80,8 anos. Quer isto dizer que irá precisar de complementar os seus rendimentos durante mais tempo.

Muitos portugueses caem no erro de assumir que a reforma deve ser planeada com cinco ou dez anos de antecedência. Mas hoje em dia já não é assim. Se há dez anos atrás se recomendava começar a planear a reforma com 25 anos de antecedência, hoje em dia esta deve ser planeada assim que se começa a trabalhar.

Estima-se que em 2070 a idade de reforma seja de, aproximadamente, 70 anos. Assim, torna-se imperativo que comecemos, desde já, a planear o nosso futuro! 

Conheça os passos que propomos que adote para garantir uma maior estabilidade financeira no futuro.

1. Habitue-se a poupar

Nunca é tarde demais para começar a poupar. No entanto, para que o possa fazer, vai precisar primeiro de controlar os seus rendimentos e despesas. 

A criação de uma mapa mensal, onde constem os seus rendimentos e despesas, irá permitir-lhe facilmente identificar quanto dinheiro tem que ter disponível para pagar as despesas obrigatórias. Deste modo, conseguirá encontrar um valor mais ou menos fixo para poupar todos meses, face ao seu rendimento.

Procure adotar pequenos gestos que lhe permitirão uma maior poupança, nomeadamente em custos com deslocações e alimentação, tirando partido da situação de isolamento, para poupar.

Assim que perceber quanto dinheiro consegue pôr de parte, o ideal será canalizá-lo para uma conta poupança. 

2. Procure obter rendimentos extra

A fim de manter uma vida financeira saudável, é muito importante garantir que tem várias fontes de rendimento, nomeadamente atividades que sejam complementares à sua atividade profissional. 

Nesta fase, em que muitos portugueses foram colocados em regime de lay-off ou até mesmo despedidos, o Governo Português decidiu implementar uma medida de apoio, ao colocar estes trabalhadores em instituições sociais, para poderem ganhar um rendimento extra, reforçando os hospitais ou lares que mais necessitam de ajuda. Esta situação poderá ocorrer por um período máximo de três meses, de acordo com o Ministério do Trabalho e da Segurança Social.

Trabalhar como comissionista, em part-time, para uma empresa imobiliária, de mediação de seguros ou de venda de cosméticos, podem também ser boas opções. Se tiver tempo livre e um bom discurso comercial, poderá conseguir rendimentos extra muito interessantes.

Com a situação de isolamento, existem muitos idosos que não conseguem passear os seus animais de estimação. Ofereça os seus serviços de petsitting, que vão permitir-lhe também apanhar um pouco de ar fresco, para além de brincar e passear com eles. Mas não se esqueça: sempre mantendo a devida distância social.

Com as novas tecnologias e com a adaptação dos alunos ao ensino à distância, dar explicações sobre determinadas matérias poderá, de igual modo, trazer-lhe algum dinheiro extra. Se gosta de ensinar e é um bom comunicador, com amplos conhecimentos em determinadas matérias, registe-se em plataformas como a Explicas-me, onde poderá angariar alguns alunos e auferir rendimentos extra.

3. Procure reduzir os seus créditos

Existem despesas que, obviamente, não conseguirá eliminar para sempre, como as faturas de luz, eletricidade e água. Mas poderá começar, desde já, a reduzir as suas dívidas e, principalmente, os seus créditos, através da consolidação dos mesmos.

O crédito consolidado surgiu como forma de ajudar as famílias a melhor gerirem os seus créditos e orçamento familiar. É um crédito que pode ser concedido a qualquer pessoa, desde que não tenha cadastro de prestações em atraso ou historial de incidentes bancários.

Outra opção será amortizar os seus créditos ao longo do tempo, através dos subsídios de férias e poupanças adquiridas com os rendimentos extra das atividades sugeridas no ponto acima, para ir reduzindo as dívidas. Deste modo, chegará à idade da reforma sem créditos por pagar.   

4. Reduza os seus encargos com o Crédito Habitação

Idealmente, chegaria à idade de reforma sem créditos. No entanto, talvez essa opção não seja possível. Se vender a sua casa ou consolidar o crédito não é possível, procure reduzir de outra forma os encargos que tem atualmente com o seu crédito habitação. Por exemplo, a transferência do seu crédito habitação atual para outro banco poderá permitir-lhe obter uma taxa de spread mais baixa. 

Ainda assim, existem outros custos associados ao crédito habitação, para além do spread, nomeadamente com os seguros de vida.

Hoje em dia já não é obrigatório ter o seu seguro de vida do crédito habitação na seguradora do banco onde tem o seu empréstimo bancário. Apesar de ser uma alteração antiga à lei inicial, existem ainda muitas pessoas que desconhecem a possibilidade de contratar ou transferir o seu seguro de vida, estando atualmente a pagar o dobro ou o triplo do valor de mercado atual e, muitas vezes, com menos coberturas.

Em cerca de 80% das situações, mudar de seguradora não agrava o spread e, nos restantes casos, a poupança (que pode chegar até 60% por mês) acabará por compensar um eventual aumento da taxa de spread.

Se considera estar a pagar muito pelo seu seguro de vida do crédito habitação, utilize plataformas como o Compare e Poupe, que lhe permitem fazer simulações rápidas e perceber quanto pode poupar.

5. Faça um Plano de Poupança Reforma (PPR)

Os PPR são um produto financeiro que promove a poupança a longo prazo, prevendo uma entrega regular de um montante para ser utilizado posteriormente e que poderá ter juros mais ou menos elevados, dependendo do risco associado. Para além disso, tem também benefícios fiscais interessantes.

Existe uma grande variedade de PPR no mercado, com ou sem capital garantido. Por exemplo, para quem está longe da idade da reforma, é aconselhável escolher um PPR sob a forma de fundo, sem capital garantido e com alguma exposição a ações, pois são os que têm maiores rendimentos. 

Já quem está mais próximo da idade da reforma (acima dos 50 anos de idade) deverá aderir a um PPR sob a forma de seguro e com capital garantido, ou seja, com menor risco.

A maior desvantagem dos PPR é a sua reduzida flexibilidade de movimentação. O titular de um PPR só poderá movimentar o montante quando atingir a idade da reforma ou em situações específicas, como a que vivemos hoje com o estado de emergência. Assim, se pensar em utilizar o dinheiro do seu PPR noutra situação que não a reforma, não o poderá fazer.

Prepare o seu futuro

Se há algo que este período que vivemos hoje nos ensinou é que ninguém consegue prever o futuro. Ainda assim, devemos fazer o que estiver ao nosso alcance para garantir o nosso conforto financeiro e o das nossas famílias. 

Por isso, ainda que a idade da reforma lhe pareça distante, não deixe o seu futuro ao acaso e tenha a certezza.

 

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